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A comunidade vai à Universidade: Pesquisa e Práticas de Alfabetização no Bairro São Benedito - Codó/MA

“A comunidade vai à universidade: pesquisas e práticas de alfabetização na comunidade do bairro São Benedito, CodóMA”, foi um dos projetos desenvolvido pelo GIELP, que foi contemplado no edital FAPEMA 25/2017, COMUNI, por meio da solicitação COMUNI – 05148/17. O projeto teve como objetivo traçar um perfil socioeconômico do bairro São Benedito, bairro do município de Codó que tem um perfil etário bastante complexo e que reflete as diferentes comunidades que vivem no bairro onde o campus VII da Universidade Federal do Maranhão está situada. Ao longo do desenvolvimento do projeto, buscamos coletar informações sobre a comunidade e conversar com essa comunidade para que ela nos relatasse sua relação com a escola e a escolaridade dessa comunidade.

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A metodologia do trabalho tem duas etapas: a etapa de recolha das informações e seleção dos indivíduos e a segunda etapa, que foram as aulas para analfabetos totais. Houve também uma etapa extra, que foi a criação de um banco de dados em que foi possível organizar as informações dos perfis sociais do bairro São Benedito, lócus da pesquisa. A figura a seguir mostra a delimitação do espaço que foi observado da pesquisa:

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A aplicação dos questionários teve início no mês de janeiro e continuou até o mês de agosto. Nesse sentido, desde a primeira aplicação dos questionários, tivemos o cuidado de explicar o objetivo da pesquisa, e que a pessoa não é obrigada a participar. Devido à indisposição de alguns moradores em querer participar, foi possível identificar 100 indivíduos dentro do bairro São Benedito. Seguindo a escala Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF), o grau de domínio das habilidades de leitura, escrita e matemática demonstrado pelos participantes do estudo foi possível de ser percebida e organizadas nos seguintes grupos:

  • Analfabetos Funcionais;

  • Analfabeto - Corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços etc.);

  • Rudimentar - Corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como um anúncio ou um bilhete), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica;

  • Funcionalmente Alfabetizados (BRASIL, 2018).

Em nossas pesquisas, não se diferente muito dos dados do INAF, demonstram que, em sua maioria, os indivíduos entrevistados são pessoas trabalhadoras, dona de casa, funcionários em seu primeiro emprego e que buscam formas de enfrenta suas dificuldades diárias. Segundo INAF de 2018, é possível realizar uma análise detalhada das relações entre o analfabetismo e o contexto de trabalho dos brasileiros entre 15 e 64 anos, evidenciando que 1 em cada 4 trabalhadores brasileiros (25%) podem ser considerados Analfabetos Funcionais, se tornando ainda mais alta dentre os desempregados ou que procuram o 1º emprego (BRASIL, 2018), casos não diferentes deste foram encontrados dentro de pesquisa realizada no bairro, com podemos observar a baixo.

A pesquisa, se deu como entrevista, e que tivemos que realizar 100 conversas, houve pessoas que se recursaram a participar, devido seus afazeres domésticos, em sua maioria são mulheres como demonstra o gráfico abaixo. 

Uma das causas, do maior número de informantes ser mulher, é que como a aplicação se deu de casa em casa, sempre encontrávamos as mulheres, não seus maridos uns por estarem em horário de trabalho, mesmo quando em horário da manhã e tarde, sábado ou dias de feriado. Uma outra seria que, algumas mulheres são mães solteiras, como algumas informa durante a pesquisa de forma de conversa informal. Assim, temos que os informantes apresentam idades variadas.

Com essa informação, procuramos ver qual relação do analfabetismo em relação à idade dos informantes: a grande maioria apresenta idade máxima de 26 a 36 anos,  por  mais

que a maioria dos participantes fossem mulheres e apresente-se jovens, foram poucos que afirmaram ler ou que têm prática de leituras no dia-a-dia. Apenas 16% são estudantes e apresentam idade mínima de 18 anos e ainda estão na escola. Desses, 7 estão no ensino superior.

 

Dos 100 participantes podemos encontrar diversas profissões, mais o predominante é 45% são agricultores, a isso podemos atribuir 20% das donas de casa, pois, as mesmas praticam da agricultura para o sustento da família, somando 65% das pessoa ainda vivem da agricultura fami- 

liar. Então, as outras 35% se dividem para as demais profissões como demonstra o gráfico abaixo.

Quanto às práticas de leitura, apenas uma pessoa dos 100 participantes não respondeu. Por outro lado, 35,4% das pessoas leem poucas vezes e o segundo número mais alto é de 25,3%, indicando que essas pessoas afirmam não ler nunca. Entre esses indivíduos que não leem, há indivíduos jovens e idosos. Por outro lado, 18,25% afirmam ler muitas vezes, como demonstra o gráfico abaixo.

Ainda referente às práticas sociais, as pessoas foram indagadas sobre o que praticam no cotidiano, quando tem tempo livre, um pouco mais da metade apenas afirmaram ver TV, como demonstram abaixo.

No que se referente à prática de leituras, 3% dos entrevistados dizem lê jornal, 3% lê a bíblia, 1% Vai à igreja, 2% Pratica esporte, 1% faz artesanatos, 3% Conversa, 6% Assistem filmes e 6% dizem apenas cuidar do lar, referente a esses resultados, entendemos que essas pessoas praticam de forma direta e indiretamente de ambientes que se faz o uso de práticas de leitura e escrita, no entanto, elas aprenderam que a escrita é uma parte que vez ou outra é requisitada, ou seja, essas pessoas já entendem que as práticas sociais de leitura e escrita são importante, dependendo da forma como a pessoa pretende viver. Durante a pesquisa, muitas das entrevistadas comentavam: “para quer ir à escola, pois eu vive esse tempo todo sem lê e escrever, e agora vai servir para quê? ”, essas pessoas já apresentam em seu histórico familiar as experiências próprias como também as experiências de vida de seus pais ou avós, como consta no gráfico a seguir

As pessoas também foram indagadas sobre as práticas de leitura em ambientes virtuais e por meio do uso de aparelhos celulares. Das 100 pessoas para quem foi aplicado o questionário, apenas 44 pessoas quiseram responder, ou seja, apenas essas fazem uso de tecnologia da informação e comunicação, indicando que 56 pessoas não as utilizam de fato. Cumpre notar também que é maioria a quantidade de pessoas que não têm redes sociais.

Com uso frequente tem 43,2% usam o Facebook, 6,8% usam o WhatsApp, 2,3% Instagram e 2,3% Gmail somente, 27,3% usam o Facebook e o WhatsApp, 2,3% usam o Instagram e o WhatsApp, 15,9% usam Facebook, WhatsApp e o Instagram. Em grande maioria são jovens, claro que algumas pessoas de mais idade também fazem uso.

Assim, 63% afirma não ter um Smertphone, mas, no entanto, faz o uso de outros tipos de aparelho celulares, quanto uso de e-mail,61,9% não usa e-mail, provavelmente faz uso de uma conta de outra pessoa par ter acessoas aplicabilidades dos celulares, e 38,1% possuem e-mail. Destes, 37% afirma ter, 59,2%não têm acesso à internet e 40,8% sim, quanto a essas que não têm internet afirmaram usa na casa do vizinho, vão à biblioteca, utilizam a internet na Universidade, ou dados moveis.

Como vermos observar abaixo, 40% dessas pessoas afirmaram que os pais frequentaram de 1º a 4º série. Para muitos, esse tempo de escola já seria o suficiente para que elas conseguissem desenvolver práticas favoráve-

is a elas em uma sociedade grafocêntrica, assim como 37% dessas pessoas jamais foram à escola, ou que foram poucos dias e desistiram de um sistema completamente tradicional. 4% frequentaram o ensino médio, 4% frequentaram o ensino superior e 2% frequentam a pós-graduação, restando apenas 1% não informou e 1% não soube informar a situação de seus pais.

Do mesmo modo, podemos identificar como o caminho referente a educação dos pais podem influencia a vida de descola de seus filhos, há quase uma equivalência entre os valores da escolaridade entre os dois grupos: 26,5% frequentaram entre a 1º a 4º série e 25,5% frequentaram o 8º até o 9º ano, finalizando o clico do ensino fundamental. 18,3% frequentaram o ensino médio e 18 17,3% frequentam o ensino superior. Os números indicam que houve uma melhora, assim como também a diminuição do número de pessoas analfabetas para 9,2%. Outra queda é visível na pós-graduação: 1% frequentou a pós-graduação, somente 2% dos informantes não têm irmãos.

Os dados desta pesquisa colaboraram para conhecermos um pouco da realidade educacional de Codó. Observar essa realidade também colabora para que possamos pensar em ações mais diretas no sentido de colaborar com a melhora desse quadro. Com o banco de dados que foi montado ao longo deste projeto, foi possível termos essa informação, que são dificilmente disponibilizadas pela prefeitura do município para pesquisas. Será necessário fazer a mesma pesquisa em outros bairros do município para que possamos ter em perspectivas realidades de diferentes localidades do município, tanto em outros bairros quanto em outras localidades e regiões do município de Codó e do Maranhão. Queremos também incrementar uma metodologia de coleta de dados com a organização e trabalho com os dados desse educacionais de uma comunidade para que possamos ter dados mais reais e detalhados da nossa realidade escolar. (Relatório da pesquisa)

Fonte: própria elaborada a partir do Google formulários.
Fonte: própria elaborada a partir do Google formulários.
Fonte: própria elaborada a partir do Google formulários.
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